quinta-feira, 20 de julho de 2017

Na Capela dos Índios, Mosteiro da Luz e Ordem do Carmo, o rico acervo  das igrejas mais antigas de São Paulo

No segundo e último post sobre algumas das igrejas católicas, remanescentes, mais antigas da cidade de São Paulo, nosso roteiro começa pela mais velha de todas,  a Capela de São Miguel Arcanjo, também conhecida como Capela dos Índios, no bairro de São Miguel Paulista, e passa por outros importantes templos: a do Beato Anchieta, no Pátio do Colégio; de Santa Ifigênia, do Mosteiro da Luz; da Ordem Terceira do Carmo, a do Mosteiro de São Bento e a do Santuário Eucarístico de Nossa Senhora da Penha.
  
Capela de São Miguel Arcanjo (Capela dos Índios)

foto: google
 De acordo com os registros do Arquivo da Curia Metropolitana, a Capela de São Miguel Arcanjo, no distrito de São Miguel Paulista, Zona Leste da Capital, data de 1580, mas para alguns historiadores a época é mais remota. A construção teria sido em 1560, depois que os índios Guaianases, aliados dos padres jesuítas, entraram em conflito com os colonos da Vila de São Paulo de Piratininga. Liderados por Piquerobi, eles percorreram toda a extensão do planalto, no entorno do rio Tietê, até se fixarem nas terras de Uraraí. Foi ali que o padre José de Anchieta os reencontrou e deu continuidade ao processo de evangelização, seguindo as instruções do padre Manoel da Nóbrega, da Companhia de Jesus.

No local, Anchieta formou a nova aldeia com o nome de São Miguel de Ururaí, e, com ajuda dos índios, ergueu a pequena capela de bambu e sapé. Ela foi reconstruída no dia 16 de julho de 1662, conforme está inscrito no alto da porta principal. Desde então, a Capela passou por reformas e adaptações. Também foram feitas obras de ampliação, ainda no período colonial, como em 1691 por ordem do conselheiro Diogo Barbosa Rego, e no início do século passado. No século XVIII, sob a supervisão dos franciscanos, o pé direito passou de 4 para 6 metros de altura. Houve uma restauração no período de 1938 a 1940, coordenado pelo SPHAN, atual IPHAN, sob a direção do engenheiro Luís Saia. Ainda em 1938, a Capela foi tombada  pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1974 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e, por último, em 1991, pelo Conpresp - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.O patrimônio é considerado marco remanescente e um testemunho da antiguidade da ocupação da região do século XVI.
foto: google

Entretanto, a maior intervenção ocorreu em 2006, pela Diocese de São Miguel Paulista e a Associação Cultural Beato José de Anchieta. A restauração exigiu sete anos de trabalhos, revitalizou a arquitetura histórica, recuperou vários elementos artísticos e ornamentos que estavam escondidos ou deteriorados pelo tempo, além de objetos e ossadas encontrados no amplo sítio arqueológico. Foi feito o estudo, cadastramento e mapeamento geofísico do terreno. As alterações mais significativas aconteceram na cobertura, estrutura de madeira, paredes, portas, janelas, piso e a recuperação dos elementos artísticos.

Durante a desmontagem de parte do altar lateral, para sua restauração, em 2007, descobriu-se na parte de trás uma pintura mural parietais feita diretamente no revestimento da taipa. Em 2009, os altares foram removidos para serem estudados. Após a consolidação das paredes de taipa e a limpeza do pó acumulado, encontrou-se uma pintura mais antiga que estava preservada na construção do altar. O achado da pintura contribui para o estudo da arte colonial paulista.

A Capela, que conta com um museu, foi reaberta ao público em março de 2011, com a criação de um circuito de visitação. Os turistas se inteiram da história da igreja, construída com características seiscentistas, sendo que 90% das paredes originais de taipa de pilão foram recuperadas, bem como as pinturas que as decoram. As paredes receberam, posteriormente, adobe, bastante comum no século XVIII. O prédio tem uma nave única, e nela a capela-mor de teto de telha com madeiramento aparente e sua construção em taipa de pilão. No interior do templo há peças em jacarandá, como é o caso da mesa da comunhão. O alpendre ocupa toda a largura da fachada e estende-se com a parede do lado direito da igreja. 

Localizada na Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, a Capela fica fechada para visitações entre o final de dezembro e o final de janeiro para manutenção e serviços de conservação do acervo. O templo é protegido por uma grade e tem uma agenda para visitação: quintas e sextas, das 10h às 12h e das 13h às 16h. Sem necessidade de agenda, aos sábados, das 10h às 12h e das 13h às 16h. A Capela não abre as segundas, terças, quartas e domingos.

Igreja do Beato Anchieta (Pátio do Colégio) 

Na verdade, esta igreja, construída no sítio onde a cidade de São Paulo foi fundada e teve a primeira missa celebrada em 25 de janeiro 1554, não está na lista das mais antigas da Capital, pois o atual templo data de 1979. Mas justifica sua inclusão neste roteiro pela importância histórica do lugar onde os padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, auxiliado pelo cacique Tibiriçá ergueram a igreja original, em taipa, a primeira dos jesuítas em São Paulo, junto às dependências do Colégio.
foto: google

Depois de um período de 13 anos da ausência forçada dos padres da Companhia de Jesus, que foram expulsos da Vila, houve a reconstrução e ampliação da primitiva igreja a partir de 1667, tendo como padroeiro o Senhor Bom Jesus. Com uma nova expulsão dos jesuítas, em 1759, o Pátio do Colégio foi entregue ao poder público e o casarão foi sede do Palácio do Governo e Secretaria da Educação.

Ocorreram amplas modificações e, em 1896, após o desabamento de uma parede, o templo acabou demolido. Com a devolução do espaço aos jesuítas, na década de 50, foi iniciada, em 1957, a construção de uma réplica histórica da primitiva igreja. A inauguração ocorreu em 1979 e é dedicado ao hoje beato José de Anchieta. O prédio do Colégio, semelhante ao do século XVII, foi aberto em 1961 e em seu interior funciona o Museu Anchieta. No fundos do complexo, pode ser vista uma parede de pilão,a única relíquia que sobrou do antigo colégio,

Matriz Nossa Senhora da Conceição (Santa Ifigênia)

 A atual Paróquia Matriz Nossa Senhora da Conceição ou Basílica Santíssimo Sacramento, também conhecida como Igreja Santa Ifigênia, fica na esquina da avenida Cásper Líbero com a rua Santa Ifigênia e foi construída no lugar de uma das mais antigas capelas da cidade, a de Nossa Senhora da Conceição, erguida antes de 1720. A capela foi reformada a partir de 1794, e, por ato do príncipe regente Dom João VI, em 1809 surgiu a paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Santa Ifigênia, que deu nome ao Largo e ao bairro em torno da igreja. Dom João também determinou que a Irmandade de Santa Ifigênia e Santo Elesbão, cujos membros eram negros alforriados, se estabelecesse na nova igreja. No início do século XX, a igreja colonial foi demolida. 
foto:google

O projeto da atual é do arquiteto austríaco Johann Lorenz Madein e sua construção começou em 1904, com inauguração, ainda inacabada, em 1910. As obras foram concluídas por volta de 1913. O estilo arquitetônico da igreja nada tem a ver com o antigo templo colonial, e possui um caráter neo-românico com detalhes neogóticos, inspirado em igrejas medievais do norte da Europa. O interior é ricamente decorado com pinturas, vitrais, púlpitos e tem um grande órgão fabricado na Alemanha e inaugurado em 1924. Entre 1930 e 1954, por causa da construção da Sé de São Paulo, a Igreja de Santa Ifigênia foi utilizada como a catedral da cidade. Em 18 de abril de 1958, foi elevada ao grau de Basílica do Santíssimo Sacramento, pelo papa Pio XII. É tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo(CONPRESP) desde 1992.

Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz


foto: google
Duas razões importantes, além da oportunidade de se conhecer um marco religioso histórico, cultural e turístico de São Paulo, levam milhares de fiéis, diariamente, até o Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz ou apenas Mosteiro da Luz: rezar diante do túmulo com os restos mortais de Frei Galvão, canonizado como o primeiro Santo brasileiro, pelo Papa João Paulo II, em 2007, quando de sua vinda ao Brasil, e receber as famosas pílulas de cura fabricadas e distribuídas pelas irmãs da Ordem Concepcionista, e que ali vivem enclausuradas, sem nenhum contato com o mundo exterior. Considerado o exemplar de arquitetura colonial mais importante do século XVIII, em São Paulo, é também dos poucos, daquela época, que mantém até hoje seu uso de origem.

Foi o próprio Frei Galvão que projetou e idealizou toda a estrutura do mosteiro, incluindo sua capela. Trata-se de um edifício feito de taipa, uma técnica que utiliza a argila e que foi muito importante nas construções coloniais paulistas. Igualmente erguida com o mesmo material, a igreja tem duas fachadas: a mais recente fica voltada para a Avenida Tiradentes, e a outra, mais antiga, para o centro.
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De acordo com os registros, tudo começou com uma capela cujo primeiro registro data de 1579, em uma carta escrita pelo Padre Anchieta. O documento conta que a capela era procurada por fiéis ou viajantes que utilizavam a estrada real, pela região que à época tinha o nome de Campos de Guaré. O templo ficou conservado até 1729, mas teve períodos de abandono.

No ano de 1772, uma religiosa chamada Helena Maria do Sacramento teve visões de Jesus Cristo orientando para a construção do convento. Informado, e após averiguações, Frei Galvão decidiu construir o convento, que recebeu autorização do governo em 1774. No início, o Mosteiro da Luz era um recolhimento, ou seja, um local católico habitado por freiras recolhidas, que não podiam sair, mas não tinha reconhecimento canônico para ser um mosteiro. As freiras eram da Ordem da Imaculada Conceição, chamadas também de Irmãs Concepcionistas, cuja padroeira é Santa Beatriz.

A construção do mosteiro foi trabalhosa e bastante demorada pelo fato de as paredes de taipa serem muito grossas e as janelas e escadas de madeira maciça, dificultando sua execução. Além disso, foi preciso usar mão de obra escrava e o franciscano recolhia doações de benfeitores para custear as obras. Em 1788, quando as irmãs foram transferidas para lá, o Mosteiro ainda não estava concluído. Segundo alguns historiadores, as obras ainda se arrastaram por mais 48 anos, por causa da dificuldade de arrecadar fundos.

Em 1802, foi inaugurada a nova igreja do Mosteiro e, a partir de 1822, após a morte de Frei Galvão, as obras foram conduzidas por Frei Lucas da Purificação. Pelo projeto original, a capela teria duas torres, mas Frei Lucas só construiu uma. Também foi responsável por fazer o cemitério destinado ao sepultamento das irmãs em clausura. Uma parte do terreno do Mosteiro, que se estendia até às margens do rio Tamanduateí, foi vendida em 1868, para a construção de quartéis policiais. Em 1902, o recolhimento teve reconhecimento canônico e pôde receber título de mosteiro, com o nome de Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz.

O complexo do Mosteiro da Luz inclui, além da clausura das irmãs Concepcionistas, a capela, vinculada à Arquidiocese de São Paulo, sala de distribuição das pílulas de Frei Galvão, memorial de Frei Galvão, Museu de Arte Sacra, Casa do Capelão, convento das monjas e uma loja de artigos religiosos. Na capela do Mosteiro está o túmulo de Santo Antônio de Sant’anna Galvão, nascido em Guaratinguetá em 1939 e que entrou para a Ordem dos Franciscanos em 1760.

O Museu de Arte Sacra, aberto em 1970, ocupa a ala esquerda do mosteiro, a mais antiga e restaurada para aquele espaço. O acervo reúne peças dos século XVII e XVIII, que pertenciam a Cúria de São Paulo. No gênero é um dos mais importantes do Brasil. Há cerca de 4 mil peças trazidas de igrejas e capelas paulistas e boa parte reunida e organizada no século XX, por Dom Duarte Leopoldo, primeiro arcebispo da cidade. Entre as peças, principalmente de arte barroca, constam pratarias religiosas, pinturas, mobiliários, altares, vestimentas, livros litúrgicos e uma coleção de lampadários só inferior em tamanho ao do Museu do Vaticano. Também podem ser vistas obras de artistas consagrados, incluindo estátuas de Aleijadinho e quadros de Anita Malfatti e Benedito Calixto.

No Mosteiro da Luz há ainda o Museu dos Presépios, com cerca de 190 conjuntos e a Coleção Numismática, formada por 9 mil peças, incluindo medalhas católicas e moedas do período colonial.

No ano de 1943, o mosteiro foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e em 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). Devido à sua importância religiosa e espiritual, além de histórica, foi declarado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.


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Igreja da Ordem Terceira do Carmo 

Bem na região central da cidade, ao lado da Avenida Rangel Pestana, a Igreja da Ordem Terceira do Carmo, também chamada de Capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo, ou ainda Capela dos Terceiros do Carmo, data da segunda metade do século XVII. Foi construía por iniciativa de um grupo de leigos, a maior parte bandeirantes. Era como uma capela contígua à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, inaugurada em 1592 e demolida em 1928. Mas a a atual construção, em taipa de pilão, foi erguida entre 1747 e 1758. No período de 1772 a 1802, passou por ampliação e ganhou um novo frontispício, trabalho de Joaquim Pinto de Oliveira, o “mulato Tebas”, um escravo do mestre-de-obras Bento de Oliveira Lima, autor de outras obras da arquitetura religiosa da São Paulo da época colonial. No ano de 1929, houve mais uma grande reforma, quando foi parcialmente reconstruída.
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No seu interior, a igreja apresenta um valioso conjunto da arte colonial paulista, onde se sobressaem as pinturas dos tetos da capela-mor e do coro, de autoria do mestre ituano Frei Jesuíno do Monte Carmelo, o altar em estilo rococó do século XVIII e painéis do extinto Recolhimento de Santa Teresa O templo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo (CONPRESP), municipal.

Igreja e Mosteiro de São Bento 

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O complexo ocupa o mesmo lugar há 419 anos, completados no último dia 14. Os documentos da época atestam que a construção do mosteiro data do fim do século XVI, em 14 de julho de 1598, quando foram concedidas duas sesmarias pelo Capitão-Mor Jorge Correia, base da fundação beneditina na então pequena Vila de São Paulo de Piratininga. O terreno doado ficava no alto de uma elevação e abrangia, de um lado até o Vale do Anhangabaú e, do outro, estendia-se até a atual 25 de Março. Seu fundador foi o paulista Simão Luís, que entrou para a história com o nome de Frei Mauro Teixeira. Era discípulo do Padre José de Anchieta, conheceu o cacique Tibiriçá e, anos depois, construiu, no mesmo local onde havia a taba do índio, a igreja original em homenagem a São Bento. 

Ainda no século XVII, o bandeirante Fernão Dias Pais ampliou a igreja e melhorou as dependências do mosteiro. As imagens de São Bento e Santa Escolástica, de autoria de Frei Agostinho de Jesus, e que datam de 1650, podem ser vistas na atual Basílica. Os restos mortais de Fernão Dias e de sua esposa também estão sepultados na cripta do mosteiro. A partir de 1900, chega ao mosteiro o Abade reformador Dom Miguel Kruse, que promoveu grandes transformações no local para acompanhar o crescimento da cidade e de sua população. Assim surgiu, em 1903, o Colégio de São Bento, inaugurado em 21 de março, data em que se comemora o de Dia de São Bento, o Teatro e, em 1908, ele fundou a primeira Faculdade de Filosofia da América Latina. Também ajudou na vinda das monjas beneditinas ao Brasil e na construção do primeiro mosteiro feminino, em 1911, o de Santa Maria, na Avenida Paulista, que na década de 60 foi transferido para o bairro do Tucuruvi.

O colégio, com 114 anos, teve entre seus docentes o historiador Affonso d”Escagnolle Taunay e foram seus alunos Prestes Maia, prefeito de São Paulo, o cirurgião Antônio Prudente de Moraes, Haroldo de Campos, Osvald de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda e Raul Cortez
Entre 1910 e 1912, houve a quarta última intervenção no complexo histórico, com a construção, depois da demolição do antigo prédio, da atual igreja e mosteiro, este em estilo eclético neo-românico, projeto de Richard Berndl, professor da Universidade de Munique e um dos mais conceituados arquitetos da Alemanha. Desta época é a decoração interna, com afrescos e murais feitos pelo beneditino holandês Dom Adelbert Gresnicht.

A atual Basílica foi consagrada em 1922, ocasião em que ganhou os sinos e o relógio instalado na sua fachada. O nome oficial (que poucos sabem), da Igreja de São Bento é Basílica de Nossa Senhora da Assunção. E em 1924, durante um ataque á cidade, pelas tropas do general Isidoro Dias Lopes, a parede lateral do Colégio de São Bento ficou cravada de balas. As marcas ainda estão lá e são visíveis por quem acessa o Largo de São Bento pelo Viaduto Santa Ifigênia.


Santuário Eucarístico de Nossa Senhora da Penha

O nascimento do bairro de Penha de França, o mais antigo da cidade, na Zona Leste, se confunde com a da fundação de um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos e históricos da Capital: a Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha de França, elevada a Santuário Eucarístico em 1909, pelo Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva. A antiga Igreja Velha, como também é conhecida, foi erguida entre 1662 e 1668, por Mateus Nunes de Siqueira,  no topo de uma colina que é atualmente a Praça Nossa Senhora da Penha. Por sinal, Nossa Senhora da Penha é a Padroeira da cidade, cuja festa é comemorada no dia 8 de setembro. E dá nome também à Basílica, um imponente templo, de fachada e torres de cor amarela, localizado a poucos metros da praça, e avistado de vários pontos da região. 
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Segundo a história, a região, devido á sua localização, serviu de assentamento para os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, após fundarem o Pátio do Colégio. Tribos indígenas e colonizadores ali de estabeleceram para trabalhar. Também era ponto de parada para os bandeirantes que se deslocavam entre São Paulo, o Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Desde o Tatuapé até às divisas de São Miguel e Guarulhos estendia-se uma fazenda de propriedade de Mateus Nunes de Siqueira, herdeiro de.terras. A Casa Grande foi construída em 1650 junto ao córrego do Tatuapé e ao seu redor surgiram as casas dos colonos e, no alto da colina, uma capela, onde hoje está o Santuário. 

Documentos oficiais revelam que o ano de origem da igreja foi 1668, mas há indícios de que talvez ela seja ainda mais antiga. Aquele ano teria sido a data em que Mateus Nunes de Siqueira recebeu pois desejava ampliar a capela que construíra no local por motivos religiosos. Isso leva a crer que antes desta data a capela já existia e vinha atraindo cada vez mais fiéis. A reforma ocorreu em 1673 sob a direção do padre Jacinto Nunes de Siqueira, irmão do fundador da igreja. Por tudo isso, a data e o verdadeiro fundador da igreja são questionáveis, com alguns registros atestando que foi o Padre Jacinto que construiu a capela no local.

A nome do bairro e da igreja, está cercada por uma lenda. Um devoto francês, que ia de São Paulo para  o Rio de Janeiro, levava uma imagem da Virgem, que trouxera de seu país. No meio do caminho, pernoitou no bairro da Penha e, no dia seguinte, continuando a viagem deu falta da imagem. Retornou ao lugar onde havia dormido e a encontrou ali. Homem de muita fé, reconheceu que foi ali que a Virgem escolheu para que fosse sua morada. Então, construiu  no local a Matriz de Nossa Senhora da Penha de França. 
foto: google

O templo original tinha paredes de taipa de pilão e alvenaria de tijolos. Com dois andares, os registros mostram que era muito bem equipada e ricamente ornamentada. Em 1923, estava em péssimo estado de conservação, com partes de sua estrutura ameaçando de ruir. No mesmo ano, a torre principal passou por reparos, foi construída uma capela de confissões e mudou-se o batistério para a sacristia. A reforma continuou no ano seguinte, quando foi toda ladrilhada, as paredes pintadas e o presbitério e o altar restaurados. 

Em 1934. foi preciso demolir as paredes de taipa muito antigas e o telhado apodrecido que ameaçavam desabar,.dando.lugar a novas estruturas, sem alterar a planta da igreja. Até o ano de 1937 houve mais mudanças, com a construção de paredes laterais, galerias e quatro altares laterais . Depois de coberto e ladrilhado, o templo recebeu vitrais artísticos e, hoje, o Santuário ganhou ainda um veleiro e loja de souvenires. Da construção original , por causa das numerosas formas, sobraram apenas as quatro paredes externas e as características da fachada principal. Do ponto de arquitetônico, a construção é uma mistura dos estilos colonial, barroco e gótico.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Muita arte, história e lendas nas igrejas mais antigas de São Paulo (1)


Cerca de 60% da população paulistana é constituída por católicos, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE. Outros 21% são cristãos, seguidores da religião evangélica. Segundo a mesma fonte, a maior concentração está na Zona Sul (65%). Mas apesar de frequentar os templos com assiduidade,  principalmente aos domingos, é pouco provável que a maioria dos fiéis conheça a história e os tesouros de arte guardados nos altares e tetos, as valiosas pinturas, imagens e outros objetos sacros no interior das igrejas. Os templos foram reformados e restaurados desde a sua origem, (alguns datam do século XVI). Muitos estão envoltos em lendas. E, em grande número, localizados em diferentes regiões da capital, incluindo o local da fundação de São Paulo, no Pátio do Colégio, no centro velho, até os bairros da periferia, como o de São Miguel Paulista, na Zona Leste.

Neste blog, que será dividido em duas publicações, elaboramos um roteiro, com alguns dados históricos das igrejas católicas mais antigas da cidade e que justificam uma visita dos paulistanos e turistas que veem a São Paulo, independentemente da sua opção religiosa.

foto: Yeda Saigh
Igreja de Santo Antônio

 
Tombada pelo Condephaat desde 1970, por sua importância histórica, arquitetônica e artística, fica na Praça do Patriarca, no centro da cidade. Considerada a mais antiga igreja remanescente da capital, a data exata da fundação, nas últimas décadas do século XVI, é incerta. O registro mais remoto é de 1592, no testamento do bandeirante Afonso Sardinha. que deixou dois cruzados para a “ermida de Santo Antonio”, uma pequena capela construída por fiéis anônimos no final da atual rua Direita.

A primeira reforma ocorreu em 1638 e, no ano seguinte, vieram os primeiros frades da Ordem dos Franciscanos, do Rio de Janeiro. Mesmo após a construção do convento, no Largo São Francisco, em 1647, eles continuaram a zelar pela capela e a mantê-la em funcionamento. Em 1717, houve uma grande reforma para ampliar as instalações, por ordem do primeiro bispo de São Paulo, Dom Bernardo Rodrigues Nogueira  e,neste mesmo ano, a ermida foi elevada à categoria de igreja. Uma terceira reforma aconteceu em 1747 e, em 1774, é fundada a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, que assumiu a administração do templo e fez ali sua sede. Além de fazer outras modificações que alteraram bastante a fachada da igreja.

Um incêndio em 1891, em edifício vizinho, consumiu parte da igreja. No final desta década, em 1899, a prefeitura intimou a irmandade a demolir e reconstruir a torre e a fachada, para o alinhamento da rua Direita. Tudo foi custeado por Francisco Xavier Pais de Barros, o barão de Tatuí, e pelo conde de Prates, que moravam na região, ainda antes da construção do Viaduto do Chá. As obras se prolongaram por muitos anos e incluíram uma reforma geral da igreja, reaberta com nova fachada, em estilo eclético, em 1919.

Outro incêndio, em 1991, danificou a parte dos fundos do prédio e, em janeiro de 2005, com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, foram feitas as obras de restauro, quando se recuperou o estilo barroco do seu interior. Durante os trabalhos, houve a remoção das talhas do século XX, que cobriam os retábulos, e a restauração das pinturas do século XVII, com representação de anjos. O altar-mor, de 1780, também foi recuperado e mostra as cores utilizadas no barroco paulista, em que se destacam o vermelho, o amarelo e o dourado. No seu forro foi descoberta uma pintura seiscentista de boa qualidade técnica e artística, que escapou dos incêndios de 1891 e 1991. As camadas de tintas que cobriam a pintura foram retiradas, permitindo total visualização. Acredita-se que é o afresco mais antigo da cidade, um raro exemplar da pintura autônoma do período colonial.

Igreja de nossa Senhora dos Aflitos

A pequena capelinha fica no Beco dos Aflitos, como é conhecido o beco sem saída, espremida entre prédios, em uma travessa da rua dos Estudantes, na Liberdade. Aliás, a verdadeira saída para quem frequenta o local é a própria porta da igreja. 
foto: Google

Foi erguida em 27 de junho de 1779, conforme consta dos registros do Arquivo da Cúria Metropolitana. Mas, segundo o memorialista das ruas paulistanas, Paulo Cursino de Moura em sua obra “São Paulo de outrora’, ela data de 1774. Na verdade, de acordo com os documentos da Cúria, o antigo Cemitério dos Aflitos, e não a Capela, foi construído em 1775, como solução para os problemas com os sepultamentos que eram feitos nas igrejas ou em qualquer lugar. E o cemitério nasceu para atender às necessidades dos negros, que não tinham acesso aos lugares mais adequados para servir como a sua última morada.

Por volta de 1869, a capela teria passado por uma grande reforma, mas continua tão apertada como sempre foi. É tão pequena que os fiéis sentam-se nas poucas cadeiras ao lado do altar, pois a frente já está quase na própria rua. Dizem que o padre que celebra as missas é o mesmo da Capela das Almas dos Enforcados. Alias, Aflitos e Enforcados são duas capelas que estão ligadas por sua história.
Diz a lenda, que os escravos deixavam os baixos do Carmo, da várzea do Tamanduateí, e subiam a rua Tabatinguera. Paravam na Igrejinha da Boa Morte e depois seguiam para o pelourinho,  no atual Largo 7 de Setembro, onde viam o sofrimento dos seus irmãos de cor e destino. Não raro, caminhavam até o Largo da Forca (atual Liberdade), próximo de onde está hoje a Capela dos Enforcados. Ali ficavam balançando os corpos dos escravos condenados à morte. Muitos desciam aos Aflitos e compartilhavam a dor de uma vida sem esperanças. Esta seria a origem da Capelinha de Nossa Senhora dos Aflitos, a igreja mais escondida do centro de São Paulo.


Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte 

Restaurada em 1980 pelo Condephaat, sua construção, modesta, é feita em taipa de pilão. No seu interior destacam-se a capela-mor com tribunas e um altar com a imagem da padroeira, além das talhas em estilo rococó e neoclássico.


foto: Yeda Saigh
A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte foi instituída em 1728 e tinha como principal característica admitir pessoas de todas as classes sociais, sem distinção. Em 1802, a instituição comprou de Joaquim de Sousa Ferreira um terreno na rua do Carmo, onde construiu a igreja, cuja inauguração ocorreu no dia 14 de agosto de1810, conforme os registros do arquivo da Cúria Metropolitana.

Por sua localização no alto da rua Tabatinguera, dominava toda a entrada das pessoas que vinham do bairro do Ipiranga para o centro. Ela ficou conhecida como a "igreja das boas notícias", anunciadas pelo repicar dos seus sinos. Serviu de sede para várias irmandades, entre as quais a dos padres agostinianos e a Cúria da Sé, que para lá se transferiu durante a construção da nova catedral.

Capela da Santa Cruz dos Enforcados 

foto : Google
   A construção desta Igreja, também conhecida como das ”Almas”, teve origem após a condenação à forca, em 1821, véspera da Independência do Brasil, do cabo Francisco José das Chagas, o Chaguinhas, por ter liderado uma revolta do Primeiro Batalhão de Caçadores, em Santos, onde servia. O motivo do movimento: obter aumento do soldo e igualdade no tratamento de soldados brasileiros e portugueses.
São Paulo estava sob o governo provisório e a rebelião em Santos foi severamente reprimida. A condenação de Chaguinhas chocou a provinciana cidade de São Paulo, no início do século XIX. Todos conheciam e admiravam o menino pobre e sem ofício, que cresceu na rua das Flores, atual Silveira Martins, próximo à Igreja do Carmo, que fazia pequenos serviços e nadava nas águas do rio Anhangabaú..
A chance de um futuro melhor fez com ele prestasse o serviço militar em Santos, onde chefiou a rebelião que o levou à forca. Ela foi erguida no atual Largo da Liberdade e a execução ocorreu no dia 20 de setembro de 1821. Antes, foi o soldado Contindiba, seu companheiro também condenado. Mas, na vez de Chaguinhas a corda arrebentou e ele caiu, enquanto o povo gritava “Liberdade!”. Era costume perdoar o condenado ou comutar-lhe a pena, nestes casos. Porém, o governo manteve a execução. Só que a corda se partiu de novo. E então o povo gritou “Milagre!”. Mas o Chaguinhas foi enforcado na terceira vez.

A injustiça, associada ao milagre, fez surgir uma devoção imediata no local. O povo acendeu velas e ergueu uma cruz. Dizia-se que nem vento, nem chuva apagavam as velas e depois de muito tempo foi construída uma capela. Teria sido em 1887, segundo Miguel Milano em seu livro “Fantasmas de São Paulo”. Mas outra documentação revela que a primeira missa foi celebrada em 1º de maio de 1891 e este seria o ano de sua fundação. Com a autorização, dada em abril de 1911 à Irmandade de Santa Cruz dos Enforcados, pelo arcebispado que já havia sido criado nesta época, foi oficializado que a festa da igreja seria sempre no dia 3 de maio..

Documentos do Arquivo da Cúria Metropolitana informam que a capela passou por reformas significativas na década de 20. No ano do jubileu, em 2.000, houve um incêndio provocado pelas velas depositadas por uma devota. Outros pequenos incêndios ocorreram desde o início do século XX, mas a igreja das Almas não teve maiores danos e permanece em seu lugar de origem.

Igreja e convento de São Francisco
 
foto : Yeda Saigh

Três dos mais importantes
 marcos históricos de São Paulo estão reunidos no tradicional Largo de São Francisco. Eles integram o principal conjunto de arquitetura barroca da cidade: as Igrejas São Francisco de Assis e das Chagas do Seráfico Pai São Francisco e a Faculdade de Direito.
A Igreja de Ordem Primeira, mais conhecida como Igreja de São Francisco de Assis, teve construção iniciada em 1642 e foi inaugurada em 1647. É de taipa de pilão e as paredes têm 1,5 metros de espessura. Ganhou características barrocas com as obras de reformas durante o século XVIII  e, a partir de 1884, a fachada foi modificada e a entrada central aberta. A história dos frades franciscanos é mostrada em imagens, no interior do templo, e chamam a atenção algumas portuguesas, de grande valor, como a de São Francisco, considerada a mais bela existente em um convento franciscano no país, além de pinturas da Virgem e de São Benedito.

Depois de fazer parte do complexo, e de abrigar a Faculdade de Direito da USP a partir de 1827, o prédio do Convento foi demolido em1930 e surgiu no local uma construção mais ampla, em estilo neo-colonial, concluída em 1934. É a famosa Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a mais antiga do Brasil e referência na sua área de atuação. A biblioteca aberta ao público tem cerca de 300 mil títulos, muitos de autoria de ex-alunos  como Rui Barbosa, Castro Alves, Monteiro Lobato e Álvares de Azevedo. 

 Já a primitiva capela que deu origem à Igreja Chagas do Seráfico Pai Francisco começou a ser construída em 1676 e foi concluída em 1787. Após uma ampla reforma para ampliação foi tombada como patrimônio histórico em 1982. Seu rico acervo tem bustos de terracota do século XVII, estátuas de santos e documentos do século XVIII, castiçais banhados em ouro e pinturas em tela e nos forros. Os altares, folheados a ouro e as estátuas representam as fases clássica, primitiva e posterior do estilo barroco.Também são destaques as pinturas de José Patrício da Silva Manso que retratam passagens da vida de São Francisco.
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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Rezar, cantar e comer no Mosteiro de São Bento
fonte: Multipla Eventos
A localização privilegiada na região central da cidade, no tradicional Largo de São Bento, ao lado do Viaduto Santa Ifigênia e o acesso fácil fazem, da histórica Igreja e Mosteiro de São Bento, com seu relógio que marca com precisão as horas do agitado cotidiano dos paulistanos, um dos pontos turísticos mais procurados da Capital. 


fonte: Multipla Eventos

Principalmente aos domingos, quando seus visitantes, católicos ou não, se dirigem ao templo para assistir à missa das 10 horas e ter a oportunidade de ouvir o canto gregoriano entoado pelos monges beneditinos, ao som de um grande órgão de tubos centenário.

Desde maio de 2007, quando o Papa Bento XVI ali se hospedou e deu bênçãos da sua sacada, e após um período de  descontinuidade, o mosteiro abre suas portas ao publico, num programa que inclui uma apresentação artística com música, a participação num brunch e visitação guiada às instalações internas, com exceção da clausura.
fonte : Múltipla Eventos
O ideal seria que esta atração, que já faz parte do calendário turístico e cultural de São Paulo, pudesse entrar na agenda dos visitantes ou paulistanos que  moram na cidade, ainda nestas férias de julho.

 Entretanto, como só acontece no último domingo de cada mês, e é preciso reservar com antecedência, tamanha é a demanda, já não é mais possível conseguir comprar um convite. A próxima chance só  no dia 27 de agosto.
fonte : Multipla Eventos
Para os interessados em participar do brunch, o convite tem um preço que muitos consideram salgado: R$ 210,00. Com início às 12 horas, o brunch é, na verdade, um verdadeiro almoço. O buffet, sempre diferente, é elaborado por um chef  e compensa o desembolso pela quantidade, variedade e qualidade dos pratos frios, quentes e diversas opções de frutas e sobremesas, oferecidos no sistema self-service. Fica difícil resistir ao “pecado da gula”, mesmo estando num mosteiro. Habitualmente são  servidos na recepção sucos e pães. Esta verdadeira ceia vai até às 14h30.
fonte: Multipla Eventos
Na última etapa do roteiro, que se encerra às 15h30, já mais do que saciados, os visitantes são conduzidos por um monge beneditino para conhecer as dependências que podem ser abertas ao público, e apreciar peças e objetos do seu rico patrimônio histórico e artístico. Eles se inteiram de um pouco da história da instituição que ocupa, ininterruptamente, o mesmo sítio, o mais antigo de São Paulo, há 419 anos, a serem completados no próximo dia 14.
De acordo com os documentos da época, a fundação do mosteiro ocorreu no fim do século XVI, em 14 de julho de 1598, quando foram concedidas duas sesmarias pelo Capitão-Mor Jorge Correia,  base da fundação beneditina na então pequena Vila de Piratininga. O terreno doado era bem localizado, no alto de uma elevação, e abrangia de um lado até o Vale do Anhangabaú e, do outro, estendia-se até a atual rua 25 de Março. Seu fundador foi o paulista Simão Luís,  que entrou para a história com o nome de Frei Mauro Teixeira. Era discípulo do Padre José de Anchieta, conheceu o cacique Tibiriçá e, anos depois, construiu, no mesmo local onde havia a taba do índio, a igreja original em homenagem a São Bento.

Ainda no século XVII, o bandeirante Fernão Dias Pais, o Das Esmeraldas, ampliou a igreja e melhorou as dependências do mosteiro. As imagens de São Bento e Santa Escolástica, de autoria de Frei Agostinho de Jesus, e que datam de 1650, podem  ser vistas na atual Basílica. Os restos mortais de Fernão Dias e de sua esposa também estão sepultados na cripta do mosteiro.

A partir de 1900, chega ao mosteiro o Abade reformador Dom Miguel Kruse, que promoveu grandes transformações no local para acompanhar o crescimento da cidade e de sua população. Assim surgiu, em 1903, o Colégio de São Bento, inaugurado em 21 de março, data em que se comemora o  Dia de São Bento, o Teatro e, em 1908, ele fundou a primeira Faculdade de Filosofia da América Latina. Também ajudou na vinda das monjas beneditinas ao Brasil e na construção do primeiro mosteiro feminino, em 1911, o de Santa Maria, na Avenida Paulista, que na década de 60 foi transferido para o bairro do Tucuruvi.
 O colégio, com 114 anos, teve entre seus docentes o historiador Affonso d'Escagnolle Taunay e foram seus alunos Prestes Maia, prefeito de São Paulo, o cirurgião Antônio Prudente de Moraes, Haroldo de Campos, Osvald de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda e Raul Cortez.  
Entre 1910 e 1912, houve a quarta última intervenção no complexo histórico, com a construção, depois da demolição do antigo prédio, da atual igreja e mosteiro, este em estilo eclético neo-românico, projeto de Richard Berndl, professor da Universidade de Munique e um dos mais conceituados arquitetos da Alemanha. Desta época é a decoração interna do templo, com afrescos e murais feitos pelo beneditino holandês Dom Adelbert Gresnicht.


A atual Basílica foi consagrada em 1922, ocasião em que ganhou os sinos e o relógio instalado na sua fachada. O nome oficial (que poucos sabem), da Igreja de São Bento é Basílica de Nossa Senhora da Assunção. E em 1924, durante um ataque á cidade, pelas tropas do general Isidoro Dias Lopes, a parede lateral do Colégio de São Bento ficou cravada de balas. As marcas ainda estão lá e são visíveis por quem acessa o Largo de São Bento pelo Viaduto Santa Ifigênia.
Um lembrete: em um dos lados na entrada da igreja, funciona, diariamente, uma lojinha que vende pães, bolos, doces, biscoitos e geleias tudo feito pelos próprios monges beneditinos e cujas receitas são seculares, além de artigos e lembranças religiosas de São Bento.
A reserva para participar do brunch deve se feita  pelo e-mail brunchnomosteiro@multiplaeventos.com.br. Mais informações pelos telefones (11) 2440-7837 / (11) 2671-0243