quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Um festival de “Sabores e Saberes” em Monte Verde

Vista Panorâmica- foto: Eduardo Andreassi

A Vila de Monte Verde, no município de Camanducaia (MG), está encravada em um vale, no topo da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais. Com uma altitude de 1.600 metros, lembra muito Campos do Jordão, mas sem o seu agito e badalação. É para quem busca paz e sossego.

 A beleza e diversidade da flora, onde se destacam as
Natureza Fantástica foto:Eduardo Andreassi
araucárias, a riqueza da fauna, com seus esquilos e variedade de pássaros, o forte apelo do seu clima europeu, a arquitetura em estilo alpino  e a hospitalidade mineira, dão a Monte Verde um potencial mais do que suficiente para atrair, no ano inteiro e, principalmente em julho, milhares de  turistas de várias partes do Brasil e do Exterior. No último Festival de Inverno, por exemplo, recebeu cerca de 90 mil visitantes. Quase 20 vezes mais do que a população fixa do Distrito.

Fazenda radical - foto: Eduardo Andreassi
É também excelente opção para quem curte o clima frio das montanhas e o convívio direto com a natureza. Particularmente os adeptos do turismo ecológico, praticantes de caminhadas, cavalgadas, escaladas de montanhas e picos, arvorismo, rapel, quadriciclo, falconaria e outros esportes de aventura e mais radicais.

Agora, na primavera, além da paisagem que fica ainda mais atraente, há um novo motivo
Armazén restaurante -foto: Eduardo Andreassi
para conhecer ou rever a Vila. É a vez do Festival de Gastronomia, em sua oitava edição, no período de 18 a 29 de outubro. Sob o tema “Sabores e Saberes da Serra”, o evento deste ano promete ser “um mergulho no universo mágico e misterioso da Mantiqueira, traçar um panorama da sua gastronomia e se tornar a vitrine de uma região rica em história, mas ainda pouca explorada”.

Brown no chocolate - foto: Eduardo Andreassi

Apresentado pela Melhoramentos Florestal, o Festival é organizado pela Associação Comercial de Monte Verde e a Comissão Comunitária de Eventos e tem o patrocínio dos Laticínios Catupiry, Casa Flora e Cerveja Paulane, Envolve 39 participantres, divididos entre restaurantes, chocolaterias e produtores alimentícios, que mostrarão pratos elaborados, deliciosas sobremesas, além de pães, cachaças, cervejas, vinhos, geleías entre outros. 

Plantas alimentícias no cardápio




Mas, o Festival de Monte Verde não se resume apenas à degustação. Um dos pontos altos
Hotel Meissner- foto: Eduardo Andreassi
do evento são as atividades formativas, que incluem aulas, palestras ou harmonizções com diferentes bebidas. Todas as atividades acontecem no Espaço Gastronomia e serão gratuitas, no entanto, com limite de público. Chefs como Breno Lerner, Heyttor Barsalini e os gêmeos Juliano e Fernando Basile estarão presentes, ao lado de nomes locais como Ari Kespers, Sonia Kohen e Thiago Blanes.

Geléias Edelweiss- foto Eduardo Andreassi
Dentro do tema escolhido, "Sabores e Saberes da Serra", com destaque para a culinária da Serra da Mantiqueira, serão servidos pratos com ingredientes típicos e alguns poucos conhecidos, como a PANCs (Plantas alimentícias não convencionais). Panificação, confeitaria e também a culinária mais moderna dividirão espaço com as histórias resgatadas através do tempo. "No ano passado, falamos dos Sabores de Minas e percebemos que a riqueza desta região ainda daria muito assunto e resolvemos em 2017 falar mais especificamente da região em que Monte Verde se encontra localizado, a Mantiqueira", destaca Tiago                                                   Mentor, curador do evento.

Programação

Anote o dia-a-dia do Festival.

18: Delícias do Polvilho
19: Oficina sobre PANCs com os gêmeos de Gonçalves (MG), Juliano e Fernando              Basile
20: Aula prática sobre panificação com Carlinhos e Gleice e Bolos com Alessandra          Lippi
21: Sabores da Serra: Mergulho no Pirão, com Heyttor Barsalini
22:Palestra harmonizado com o sommelier Alexandre Levi
23: Comida da Serra, com os chefs Thiago Blanes, Sonia Kohen e Cida Lemos.
24: Paçoça de São João com Tiago Mentor (para crianças)
24: Palestra com o biersommelier Rafael dos Santos Lima
25: Oficina Saudavelmente Requintado com a chef Graziela Coutinho
26: Palestra com o chef Ari Kespers
27: atividade infantil com o Guinho
27: Workshop da empresa Catupiry
28: Palestra "Sabores da Serra, Fondues e racletes" com o chef Breno Lerner
29: Oficina de hamburguer com Fernando Tadeu do Canal do Rango

O Espaço Gastronomia fica na Vila da Fone, na rua Junípero 5A, no distrito de Monte Verde

Lembrando a origem

Em 1913, o mundo estava a beira da 1ª Guerra Mundial, deflagrada um ano depois. E o  número de imigrantes que deixavam a Europa em busca de melhores oportunidades em  países da América do Sul, incluindo o Brasil, era crescente. E foi assim que uma leva de famílias de imigrantes procedentes da Letônia desembarcou por aqui, entre elas, a de Verner Grinberg, que ainda era menino. Eles se fixaram em Paraguaçú Paulista, onde havia uma colônia de letões.

Em 1938, Verner casou-se com Emília Leismeir e foram passar a lua de mel em Campos do Jordão. Foi quando ouviram referências sobre a localidade dos Campos do Jaguari e ali se instalaram por causa do clima e paisagem parecidos com os de sua terra natal. Mas, não foi nada fácil o acesso á região, no pé da Serra da Mantiqueira. Precisaram até montar em lombo de burro, abrindo picadas no meio da mata.

Com muita luta e persistência, Verner adquiriu glebas de terras e iníciou à formação de uma fazenda. Aos poucos, muitos de seus amigos e conhecidos foram chegando, atraídos pela beleza da região. Para os amigos e parentes, geralmente europeus e seguidores de sua religião, a batista, doava lotes para que construíssem casas e viessem morar na sua propriedade. Assim, surgiu a Vila  de Monte Verde, que recebeu esta denominação devido ao significado do seu sobrenome: Grin é verde em inglês, e Berg, que significa monte. O fundador de Monte Verde faleceu em agosto de 2006, aos 97 anos, e deixou descendentes.

Como ir e onde  se hospedar


Avenida principal da vila - foto: Eduardo Andreassi
Monte Verde fica a 170 quilômetros de São Paulo. O acesso até lá é fácil, pela rodovia Fernão Dias, passando por Camanducaia. Daí é só rodar cerca de 35 quilômetros de subida de serra, com muitas curvas, algumas bem sinuosas, e chegará ao Portal da Vila. 

De acordo com  a  Associação de Hotéis e Pousadas, há 170
Arsenal da cerveja- foto: Eduardo Andreassi
hotéis e pousadas em Monte Verde, além de chalés, e ao todo a rede tem capacidade para atender até 5 mil visitantes. Mas, a exemplo do que acontece nos feriados prolongados e no período de férias,  durante o Festival de Gastronomia é recomendável fazer a reserva com antecedência.




De um modo geral, os estabelecimentos são confortáveis, alguns mais sofisticados, e oferecem serviços de qualidade, como o Floresta Negra, Meissner Hof,  Pousada Mirante da Colyna,  Pousada dos Pássaros, Pousada das Nuvens, Pousada Ricanto Damore Mio, Pousada Varanda das Colinas e Fazenda Hotel Itapuá. As diárias na alta temporada e época de festivais, como o de Gastronomia, variam de R$180 a R$ 880. Todos podem ser acessados pelos seus sites.

#monteverde #festivaldegastronomia

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Jardim da Luz aguarda manutenção para recuperar o charme de antigamente


O belo lago do parque
É claro que, depois  de quase dois séculos de sua inauguração, em 1825, inicialmente como Horto Botânico  e de, a partir de 1838,  ter se transformado no primeiro  Jardim Público de  São Paulo,  o tradicional parque de 192 anos não poderia apresentar, nos tempos de hoje, o mesmo charme de antigamente, do período do Brasil Imperial,  por exemplo,  quando recebeu, em fevereiro de 1846, a visita de nada menos do que  Dom  Pedro II.  E que até o final do século XIX era a principal área verde e opção de entretenimento da elite paulistana,  palco de eventos importantes, e elogiada pelos viajantes e denominada  de “joia” da cidade.
Definitivamente,  talvez em função  de um certo descaso do poder público,  o  Jardim da Luz  não passa por um bom momento.  O principal motivo seria que,  desde o  término do  contrato com a empresa responsável pela sua manutenção e manejo , em maio,  o mais tradicional  espaço de lazer  da  região central  da capital,  com área de 113.400², e que recebe entre 4 a 5 mil pessoas nos fins de semana,  exibe uma aparência mal  cuidada  e até com ares de  abandono.  Não se deixem enganar,  portanto,  os que acessarem  este blog,  pelas  atraentes  imagens  que ilustram este texto e que foram feitas e publicadas em 2012 pelo site  especializado  Áreas Verdes da Cidade  - www.areasverdesdascidades.com.br/2012/06/parque-jardim-da-luz.html.

Basta o visitante,  como eu fiz na tarde da última terça-feira (19), entrar  e caminhar alguns metros  para constatar a triste realidade.  As alamedas,  pistas e trilhas estão sujas e cobertas por tapetes de folhas secas que caem das árvores e não são varridas; a grama dos jardins está muita alta pela falta de corte e o mato toma conta e envolve muitas das numerosas esculturas ao ar livre,  de artistas famosos,  instaladas  por toda a área.  O Aquário, uma das atrações mais  visitadas  está fechado por causa de vazamento e até  o telefone da Casa da Administração não funciona.

Moradores  de  rua,  prostitutas  e usuários  da Cracolândia,  localizada não muito  distante
foto:divulgação
dali, que circulam  por toda a área ou ocupam os bancos,  formam o público habitual  nos  dias úteis.  Eles se misturam  aos milhares de paulistanos  que,  indo ou vindo do trabalho,  usam o parque  diariamente como passagem, ingressando pelo portão principal, em frente da  Estação da Luz, e saindo do outro lado, na rua Ribeiro de Lima.

Conversei por um bom tempo, na Casa da Administração, com a atual gestora do parque,  Fernanda Pereira,  da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente,  que administra o espaço por meio do Departamento de Parques e Áreas Verdes.  Atenciosa,  e sem querer  tapar o sol com a peneira,  ela  é a primeira a reconhecer  que todos os problemas decorrem, simplesmente, da falta de manutenção. 

“O contrato com a terceirizada foi encerrado em maio. Houve uma licitação mas  o resultado foi embargado.  Outra está em andamento e  aguardamos a escolha da nova empresa. Enquanto isso,  não temos os serviços de varrição, roçagem da grama dos  jardins, limpeza geral,  Enfim, todo um trabalho de manutenção, que exigiria não mais do que seis pessoas,  foi interrompido,  disse a gestora, há seis meses no cargo.     

Ela cita algumas demonstrações  expontâneas  de apreço e carinho pelo parque da parte de usuários  que moram na região e se sentem incomodados  com a atual situação: um grupo de sete senhoras que frequentam o espaço  faz ações de mutirão de limpeza na área.  A ultima foi no dia 7 de setembro e a próxima está programada para 7 de outubro.  E tem também  um coreano, com mais de 70 anos de idade, que  comparece diariamente ao local  só para limpar o parque.  Aliás,  Fernanda comenta que os coreanos, que  dominam o comércio na rua José Paulino,  onde antes predominavam árabes e judeus, são a maioria entre os usuários do Jardim da Luz nos fins de semana.

Dança circular e carros

Com a exceção de segunda-feira, quando fecha para manutenção (?), o parque abre diariamente das 9 às 18 horas. Mas, atualmente,  são apenas duas as atividades fixas programadas para os usuários. que procuram o espaço.
Apresentação no parque


Até pouco tempo, eram apresentadas peças de teatro  às quintas, sábados e domingos num palco armado no coreto, mas de acordo com a gestora esta atividade está suspensa talvez por causa da crise econômica. Ela lembra que a última peça encenada foi  "Diáspora", sem precisar a data.

No momento, grupos abertos ao público participam, sempre no segundo domingo do mês, da atividade 'Dança Circular, das 10 às 12 horas. Também há uma exposição de carros antigos, igualmente no segundo domingo de cada mês, das 9 às 13 horas. Alguns veículos ficam no interior do parque e a maior parte do lado de fora, em frente ao portão principal.

Flora e Fauna  
Árvores centenárias

Feche os seus olhos para os incômodos problemas de manutenção e comemore a entrada da Primavera (começou nesta sexta-feira ( 22) e o Dia da Árvore (foi na véspera) com uma visita ao Jardim da Luz.

Com a facilidade de transporte (Metrô, CPTM e várias linhas de ônibus servem o local) e a localização privilegiada, aos sábados e domingos cerca de 4 mil pessoas procuram o  Jardim da Luz.para algumas horas de lazer e entretenimento. Ou para caminhar pelas alamedas, entrar em contato com a natureza, admirar árvores centenárias, observar e escutar o canto de espécies de sua fauna, descansar à sombra lendo um livro sentado nos bancos em frente das áreas ajardinadas.

Foram documentadas 165 espécies de plantas nativas e exóticas.  Algumas delas são centenárias e pelo menos 10 correm risco de extinção, entre as quais a Cabreúva, Cambuci
e Palmito-jussara..  Da grande variedade existente no local, muitas são frutíferas como a Jaqueira, o Jambolão, Castanheira, Sapucaia e Genipapo. Outras chamam atenção pelo grande porte, como uma centenária Figueira, Pinheiro do Paraná, Alecrim-de- Campinas,  Guatambú, Eucalipto, Coqueiros, Cedro e Palmeiras,

A fauna é diversificada e foram catalogadas 73 espécies. Mais de 90% delas são aves, O usuário verá, entre outras, Socó-dorminhoco, Irerê, Martim-pescador-grande, Gavião-caboclo, Periquito, Papagiaio, Caracará, Pombas Silvestres, diversas espécies de Beija-flores e, com sorte, até um Bicho-Preguiça, quem sabe herdeiro do primeiro e extinto Jardim Zoológico paulistano, Carpa-comum e Tilápias. O parque serve de ponto de parada para outros pássaros: Beija-flor-preto, Tucano-de-bico-verde,Tucano-de-bico-preto e Bem-te-vi-pirata. ..

Arte por todos os lados
Pinacoteca

A Pinacoteca do Estado, uma das mais importantes atrações culturais da Capital, e que faz
Monumento a Giuseppe Garibaldi
parte do Jardim da Luz, inclusive com acesso por meio dele, disponibilizou 21 esculturas do seu acervo e as instalou por várias áreas do parque.


Entre as obras de respeitados nomes nacionais e internacionais estão "Três Jovens",.de Lazari Segall, de 1939; " A carregadora de perfume", de Victor Brecheret,, de1923/1924;  "Homem Pássaro", de Vlavianos, de 1985;  "Botão de rosa, carneiro, cisne, flor redonda, papoula, pássaro imaginário e tulipa", de Odette Haidar Eid, de 1983/2002; " Á procura da luz", de Maria Martins, de 1940 e trabalhos, sem título, de Amilcar de Castro, Marcelo Silveira e Angelo Venosa, entre outros.

Despertam atenção especial o lago em formato da Cruz de Malta, cercado por oito escultruras e que correspondem às quatro estações do ano, e um busto feito pelo escultor romano Emílio Gallori, em homenagem a Giuseppe Garibaldi, herói da Revolução Farroupilha, e que foi inaugurada em 1910 por Olavo Bilac. Esta obra era tida, na época, como a única arte escultórica de São Paulo e o local foi escolhido porque ali várias famílias italianas se reuniam para festas em honra do compatriota.
Carregadora de Perfume

No interior do parque, acesse o pequeno mirante sobre a gruta e cascata, para ter uma vista panorâmica do espaço. E dê uma olhada no sítio arqueológico que fica perto da entrada principal. Foi encontrado  depois de escavações no local que levou à descoberta das fundações de uma torre de 20 metros de altura. Trata-se do "Observatório Meteorológico", construído em 1875 e seu topo era o ponto mais alto da cidade  e usado como mirante pela população. Sua demolição ocorreu em 1900, quando foi concluída a torre da Estação da Luz. 

Aquário
Uma outra atração, o Aquário Subterrâneo, descoberto em 2000, e que fica abaixo da estátua de "Diana", próxima do Lago da Cruz de Malta, no momento  não pode ser visitada
porque está com vazamento. Uma pena, mas até que o problema seja resolvido, o visitante não poderá  ver as 13 espécies de peixes nativos dos rios Tietê e Paraíba do Sul. 

Iluminação pioneira e bonde

O Jardim da Luz, em sua longa história,. teve muitos altos e baixos, com alteração inclusive de sua simetria por causa da cessão de partes de seu terreno, por determinação do Governo do Estado,  para a construção da estação de  trem da  São Paulo Railway, em 1860 , atual Estação da Luz, e mais tarde do Colégio Prudente de Moraes e do Liceu de Artes e Ofícios, inaugurado em 1900 e que hoje abriga a Pinacoteca.

Um fato marcante de sua existência, a partir de um documento real que data de 1798, determinando a criação de um horto botânico em São Paulo, Pernambuco e Rio: foi ali a primeira exibição de luz elétrica em São Paulo, em 1883, e o público que correu ao local teve que pagar ingresso. Também houve no seu interior a primeira quermesse na Capital, organizada pela comunidade francesa, em  1882, e a recepção, em 25 de abril de 1870, ao grupo de 200 soldados do batalhão dos Voluntários da Pátria, que lutaram na Guerra do Paraguai.  

Em outubro de 1872, a Companhia de Carris de São Paulo inaugurou o sistema de bondes de tração animal, e o itinerário da Linha incluia um ponto em frente ao parque. Registre-se ainda que, em 1874, o Jardim da Luz ganhou um Observatório Meteorológico, uma torre de 20 metros de altura conhecida como Canudo de João Teodoro  destruída em 1900.

Um resumo rápido mostra os símbolos do parque  que resistiram ao tempo, após reformas e restauros.
Casa Administração

Casa do Administrador  -  Construída para moradia da família de Antonio Etzel, um jardineiro austríaco nomeado administrador do parque pelo prefeito Antonio Prado, hoje é a sede da Administração e local de exposições. Reformada entre 2006 e 2007, precisa de alguns reparos internos, incluindo a pintura, segundo a gestora Fernanda Pereira.

Coreto - O original  data de 1880  e era usado para apresentações das bandas musicais  das colônias de
Coreto
imigrantes e bailes tradicionais no local. O atual é de 1911 e foi construído  por  Maximiliano Emílio Hehl, professor da Escola Politécnica.


Gruta e Cascata
Gruta e Cascata -   É da década de 1880 e funciona também como caixa d'água, com capacidade para 25 mil litros. Em seu topo há um mirante que permite vista quase total do parque.

Aquário subterrâneo -  Encontrado sob o espelho d'água localizado perto do Lago Cruz de Malta, durante a reforma de 1999 quando algumas árvores foram transferidas para outro local. É o primeiro no gênero da cidade. No momento está fechado por causa de vazamento. 
Ponto Chic


Ponto Chic - Talvez a construção mais charmosa, ao lado do coreto. É do início do século XIX e funcionava como um bar tipo “ café”.
Devido à popularização do consumo da bebida na época, estes “cafés” tornaram-se pontos de encontro das elites paulistanas e o do Jardim da Luz ficou conhecido como Ponto Chic.


Seguro, mas há vandalismo

A gestora Fernanda Pereira, antes de vir para o Jardim da Luz, atuou nos  Parques Alfredo Volpi, Cidade de Toronto e do Povo e destaca que no quesito segurança para o público o da Luz é  menos perigoso do que aqueles. "Temos uma base do Copom na saída da rua Ribeiro de Lima, cujos policiais ao lado de GCMs fazem rondas constantes nos dias úteis e nos fins de semana, quando o fluxo de visitantes é muito grande. Não são comuns assaltos e nem furtos, mas de vez em quando ocorrem atos de vandalismo. Houve uma ocasião em que uma pessoa derrubou uma das esculturas do parque, mas foi preso e a Pinacoteca reparou os danos na obra.

A última grande restauração no parque foi feita a partir de julho de 1999, depois de um período de muita degradação na década de 1990,  período em que praticamente não houve reformas e parte do seu patrimônio ficou deteriorado e o espaço tornou-se um ponto de prostituição e de usuários de drogas.

O restauro teve obras de recuperação de espécies vegetais, impermeabilização dos lagos e substituição dos sistemas hidráulicos e elétricos e, na fase final, melhorias no Coreto, na Gruta e na Casa da Administração, entre outras.

Quem frequenta o Jardim da Luz tem à disposição serviços como bebedouros, sanitários, equipamentos de ginástica e pista de cooper. Mas não há bares ou lanchonetes no seu interior, não é permitido  andar de bicicleta, porém existem bicicletários próximo às entradas. É permitido levar cachorro de grande porte, desde que estejam usando guias ou focinheiras.

#parquedaluz #exposiçãodecarrosantigosnaluz #pontochicnaluz
#pinacoteca

 



quinta-feira, 14 de setembro de 2017


Vinhos Lucano fazem um brinde de 30 anos
para a histórica Penha de França


foto: Vinicola Lucano
Em sua longa e rica trajetória de 350 anos, comemorados neste ano, não é segredo para ninguém, que conhece um pouco de história, que a Penha de França foi um importante ponto de parada de Dom Pedro I em 1822, no seu caminho para o grito de Independência ou Morte às margens do riacho Ipiranga. E que, em 1886, também hospedou Dom Pedro II, no Palacete do Coronel Rodovalho, localizado na então Ladeira da Penha, no topo de uma colina.

Mas, o surpreendente, pelo menos para os da nova geração ou até alguns mais “antigos”, como este blogueiro, morador novo da região (só 4 anos) é que o bairro é sede de uma vinícola. A empresa foi fundada em 1987 pelo imigrante italiano Leonado Lence, vindo de uma família tradicional no cultivo de videira e elaboração de bons vinhos na região de Lucania ou Basilicata, sul da Italia.

Leonardo chegou ao país em março de 1960, com a mulher
foto: Brasão da familia Lucano
Angela e os filhos Rocco, Giovanni e Maria Donata.
 A vinícola começou como um hobby para a família, no fundo do quintal de um casa, comprada em 1967, em terreno de 756 m². Ali foram plantados, por volta de 1969/1970, cerca de 80 pés de uva do tipo Moscato. 

Em janeiro e fevereiro de 1976 houve uma “grande safra”no pequeno parreiral. E dona Ângela Lence, que também já tinha a tradição e a vocação herdada dos seus antepassados, selecionou os melhores cachos, amassou-os e colocou-os para fermentar em dois tanques que, na verdade, serviam para depósito de água. A experiência motivou a família a preparar melhor a ‘vindima” e, além do que colhiam no quintal, compravam mais uvas no Mercado  Municipal . E conseguiram uma produção de 600 litros de vinho.

Em janeiro de 1986, os filhos Giovanni e Rocco viajaram ao Sul do país para pesquisar e fazer contatos com os colonos da região de Bento Gonçalves, comprar pipas e outros equipamentos. O objetivo era produzir vinho em maior quantidade em São Paulo. Durante sua permanência, conheceram uma família de colonos que, assim como os Lucano, na Penha, faziam o vinho artesanal. Foi feita então uma parceria e a uva produzida na propriedade e a vinificação no próprio local possibilitavam uma economia no transporte e uma qualidade superior.
foto: Uva Isabel

A uva utilizada até hoje é a Isabel, uma casta de uvas híbrida natural das espécies Vitis vinifera e Vitis labrusca. Quando chega a São Paulo é condensada e envelhecida em toneis de barris de carvalho ou aço inoxidável de até 7.500 litros, além de uma cave especifica  com a temperatura exata para que o envelhecimento seja feito da melhor maneira possível. Em seguida o vinho é engarrafado, rotulado, embalado e disponibilizado para venda.em padarias, cantinas, tratorias e restaurantes, e na própria
Toneis da Vinicola
vinícola. 
Curso de degustação

Aos sábados, das 9h30 ás 16h30, na rua Mirandinha 888, sede da vinícola desde a sua fundação, Rocco Lence, 69 anos, enólogo e professor de física, ex-aluno da PUC e aposentado pelo Estado, segue a tradição da família. E recebe nas instalações da empresa, por ele administrada, os clientes para um curso de degustação. Mas é preciso se inscrever com antecedência, na própria vinicola, via telefone ou pelo site.

foto : Uva Tannat

No curso, aprende-se tudo sobre vinhos: desde a colheita de uva,  fermentação, vinificação, envelhecimento, engarrafamento, guarda, tipos de vinhos, acompanhamento para cada prato, benefícios que o vinho traz à saúde se tomado com moderação.

O mestre Rocco explica que os vinhos tintos envelhecem  toneis de grápia e de carvalho e os brancos em tanques de aço inoxidável.E que nas caves, na penumbra, isolado de ruídos, numa temperatura natural e constante, cerca de 17 ºC, o vinho prossegue o seu processo de envelhecimento para a evolução de seus aromas e a obtenção de seu “bouquet”. .

foto: Cabernet Sauvignon
O curso termina ao redor de uma mesa rústica, quando , complementando as explicações, é oferecida ao visitante uma degustação dos vinhos elaborados pela vinícola: Moscato Italiano ou Moscato Bianco, Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Isabel e Bordô. Um deles leva o nome de Don Gianni. É um tinto com três uvas: Merlot, Caberner Sauvignon e Tannat, em homenagem ao irmão de Rocco, Giovanni, já falecido.
foto: Merlot premiado na Expovinho
 


Chama a atenção uma tabuleta fixada no local, "Aqui não servimos para bebericar. Só para experimentar". E outra informa que a degustação de até três vinhos é gratuita,  De 4 até 6, paga-se R$ 20.

Pontos de venda

A capacidade de armazenamento nos 26 tonéis da vinícola Lucano é de 140 mil litros e a empresa pode girar até 60 mil litros sem perder a qualidade.

 
foto : Uva Moscato
Após o envelhecimento, as garrafas são rotuladas e embaladas na Lucano e comercilalizadas em vários pontos de venda tradicionais na Zona Leste, menos em supermercados. São padarias, casas de vinhos, cantinas,  restaurantes e pizzarias. E na própria vinícola, na Rua Mirandinha, 888, perto do Metrô Vila Matilde.  


Podem ser encontrados, por exemplo, na Padaria Requinte, na Penha; nas Pizarias Belart e La Lampagnola, em São Miguel Paulista; Pizaria Suprema, em Santana; Padaria Marengo e Pizaria L' Art di Leo, no Tatuapé, e na Emporium Lucano, da própria vinícola, também no Tatuape, onde ocorrem as degustações agendadas previamente.

Nestas degustações, o cliente vai entender porque os vinhos
foto: Moscato Bianco
da Lucano tiveram sua qualidade reconhecida na 21ª Expovinho, realizada no último mês de junho, em São Paulo. Seu tinto Merlot, safra de 2010, ficou entre os dez melhores vinhos da mostra internacional. Um bom motivo para fazer um brinde com ele e festejar com a família os 350 anos da Penha de França.


#vinho#bomvinho#vinicolalucano#vinhonapenha
#vinhoproduzidonapenha




















quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Na Primavera, Holambra recebe com chuva de flores
 
foto: Ateliê da Notícia

Quem não foi, ainda terá tempo de sobra para dar um pulinho até lá. Afinal, a 36ª Expoflora em Holambra, aberta no último fim de semana de agosto, só terminará em 24 de setembro, em plena primavera. Uma atração imperdível está reservada sempre para o fim da tarde, quando os milhares de turistas são brindados com o fantástico espetáculo da chuva de pétalas. Cerca de 150 quilos de pétalas coloridas, correspondendo a 800 dúzias ou 18 mil botões despetelados um a um, são lançados, por um equipamento especial, sobre a multidão, ao ar livre. 

Se você acredita em lendas, então tente pegar uma pétala antes de cair no chão, faça um pedido e o seu desejo será atendido. Não custa tentar. A Estação mais aguardada do ano fica assim ainda mais irresistível nesta pequena e acolhedora estância turística, distante 140 quilômetros da capital paulista e bem próxima de Campinas.

Em sua primeira edição, em 1981, o evento, organizado  por alguns produtores de flores e plantas da Cooperativa Agropecuária Holambra, teve a  duração de apenas um fim de semana e atraiu um público de 12 mil pessoas. Na nona edição, em 1989, com sua fama ultrapassando as fronteiras do país, e explorando o slogan “Uma Festa Tipicamente Holandesa”, recebeu 150 mil visitantes. Um número que agora, a exemplo do ano passado, de acordo com a expectativa dos cerca de 500 produtores das Cooperativas Veiling  e  Cooperflora, deverá manter-se em torno de 300 mil pessoas nos 16 dias de sua realização, de sexta a domingo. E, neste ano, incluindo também o feriado de 7 de Setembro.

A cada ano a Expoflora consolida a sua condição de a maior exposição de
foto: Ateliê da Noticia
flores e plantas ornamentais da América Latina, além de ter se tornado um produto turístico de significativa importância para a economia da região e do país, num ambiente ideal para a realização de grandes negócios. Na atual edição, estão sendo investidos
cerca de R$ 4,3 milhões, gerados 1.800 empregos diretos e 5 mil vagas (diretas ou indiretas), e os reflexos na economia da região são de R$ 24 milhões nas cidades localizadas num raio de 80 quilômetros de Holambra. A produção representa cerca de 45% de toda a  comercialização no Brasil 

Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), apesar da grave situação econômica que vive o país, isso não está se refletindo no mercado de flores. A previsão é terminar 2017 com um crescimento próximo de 9% e faturamento estimado em mais de R$ 7,2 bilhões. Para este resultado positivo, a entidade aponta alguns fatores: a otimização de custos, investimento em novas variedades, como acontece na Expoflora, a disponibilidade das flores e de plantas ornamentais sempre mais próximas do consumidor nos locais de venda e o planejamento no longo prazo feito pelos produtores.    

O público que vai ao parque onde é realizada a Expoflora encontra uma
foto Ateliê da Noticia
completa infraestrutura no espaço de 250 mil metros quadrados, sendo que só a área de exposição de flores tem 750 m2. Dispõe de estacionamento para 5 mil veículos em sistema rotativo, duas praças de alimentação com 16 lanchonetes e sete restaurantes (de fast-food até pratos da culinária nacional e da cozinha típica holandesa), duas confeitarias típicas (Martin Holandesa e Doce Rosa), dois postos médicos, 220 sanitários, caixas eletrônicos (24 horas) e uma agência do Banco do Brasil, áreas de descanso com bancos à sombra de árvores, fraldário, bebedouros, lojas de souvenir, três pavilhões para vendas de mais de 2.500 variedades de flores, plantas e arranjos (Shoppings Vermelho, Verde e Azul), que oferecem 250 estandes com artesanato, produtos industriais para decoração, moveis e utensílios domésticos, e postos de atendimento com  equipes de apoio para informar e orientar os visitantes.

Museu, moinho e danças típicas

foto: Atelier da Noticia
A Holambra, antiga colônia holandesa, cujo nome vem da união das palavras Holanda, América e Brasil, é chamada, com toda razão, de “A Cidade das Flores”.  Claro, então, que elas são as donas da Expoflora que, todos os anos, serve de vitrine para as novidades e tendências para a floricultura nacional. Na atual edição, por exemplo, os lançamentos incluem os cactos mandacarú sem espinho; o cacto-coração; as mini-orquídeas phakaenopsis, com cerca de 60 flores em suas hastes; os kalanchoes de vaso nas variedades Chloe laranja, com leve fragância de mamão papaya, e Maxime, cor de rosa claro e com flores de 15mm, maiores do que as convencionais, e a lantana bandana, para jardins, com mix de cores diferentes, além das novas tonalidades das rosas Charm Candy Avalanche, diferenciadas por ter um botão principal e de dois a quatro secundários para aumentar o volume dos buquês.

O ideal é chegar  logo ás 9 horas e permanecer até os portões se fecharem, às 19 horas. Assim, dará tempo para ver as demais atrações, comer bem, fazer compras de artesanato ou souvenir e o seu vaso ou arranjo. De flores, sem dúvida.

O roteiro dos passeios pode começar pela Exposição de Arranjos Florais, em
foto: Ateliê da Noticia
12 ambientes, tudo muito criativo e exótico, produzidos pelos paisagistas e decoradores holandeses Jan Willem van der Boon e Jessica Drost. São utilizados na decoração, incluindo as reposições, 2.000 vasos de flores e 262 mil hastes de mais de 3.500 espécies diferentes, doadas pelos produtores das cooperativas.

Ao visitar a Mostra de Paisagismo, com 19 ambientes, os turistas recebem sugestões de especialistas sobre a melhor maneira de usar as flores e as plantas ornamentais em residências. Os projetos paisagísticos e de decoração mostram as tendências da primavera/verão.

Para aproveitar melhor o seu tempo, faça um city-tour pela Holambra, oportunidade em que conhecerá detalhes da história e da arquitetura da ex-colônia holandesa. No trajeto, há uma parada no Moinho de Vento, em tamanho natural e a um campo de cultivo de flores. 

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Outro atração é o Museu Cultural, que preserva toda a história da imigração e colonização holandesa no Brasil. São perto de 2 mil fotos e utensílios trazidos pelas primeiras famílias dos pioneiros. Ao lado do museu, os visitantes podem conhecer réplicas das casas de pau-a-pique e alvenaria, habitadas pelos imigrantes, com mobília e objetos usados por eles no seu cotidiano, além de uma exposição de maquinários e tratores antigos.

A partir das 14h00, em palcos instalados próximo das Praças de Alimentação, cada um com um nome e decoração de uma flor (Rosas, Lírios, Petúnias, Iris e Tulipas) há apresentações de grupos de danças típicas holandesas. Com uma ponta de orgulho, os organizadores garantem que se trata do único grupo no mundo a mostrar coreografias de diferentes regiões da Holanda. Tudo é resultado de uma minuciosa pesquisa feita pelo professor Piet Schoemaker. Os participantes, de acordo com a idade, são divididos em grupos que têm nomes de flores, escolhidos pelos próprios participantes.

foto: Ateliê da Noticia
As danças são inspiradas na natureza (dança da chuva, do pica-pau
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e a polca no gelo, que lembra a patinação), nas profissões e ofícios (sapateiro, lavadeiras, marinheiro, no ato de bombear água, na preparação da cerveja), nas colheitas (carregador de feijão, cevada madura) ou mesmo em histórias sobre a origem e as tradições do povo holandês, representadas por meio de valsas, marchas, mazurcas e o schots (que se tornou xote). Também há exibição de dança do ventre e shows da Fanfarra Amigos de Holambra, com 70 integrantes que usam tamancos de madeira como instrumentos de percussão e trajes típicos do seu país.

foto: Ateliê da Noticia
No final da tarde, ás 16h30, o público se dirige para perto do Palco do Moinho, onde há a concentração para a "Parada das Flores". O espetáculo reúne todos os artistas em um desfile e, durante o percurso  os visitantes seguem a marcha e tomam parte na festa. Nesse clima, ao som de muita música, percorre-se toda a extensão do parque até chegar ao local para assistir à fantástica "Chuva de Pétalas". É uma sensação indescritível ficar sob uma chuva de 150 quilos de pétalas de rosas, lançada no ar por um canhão especialmente projetado para a Expoflora.

Quando o tempo colabora, e desde que haja disponibilidade de flores, pode acontecer um replay do espetáculo, às 17 horas. E com uma novidade: o lançamento é feito a partir de um helicóptero, e o vento espalhe as pétalas por todo o parque. Nenhum turista reclamará se isso acontecer sempre.

Delícias gastronômicas

A Expoflora é também uma boa oportunidade para se provar algumas das delícias da culinária holandesa nas duas praças de alimentação. E de uma forma bem criativa e inovadora. São servidas em potinhos, com pétalas vermelhas, amarelas e laranjas prontas para serem degustadas.

foto: Ateliê da Noticia

Entre as novidades deste ano, estão sobremesas no formato de flores, como a Appelbloem (flor de maçã na junção das palavras holandesas appe - maçã e bloem - flor) da Confeitaria e Restaurante Martin Holandesa, e a Flor da Terra, uma rosa de biscoito, bolo de chocolate triturado e brigadeiro de hortelã, tudo dentro de um vasinho, no Casa Bela. Há também a torta Toffee com ganache de especiarias. Já o Oma Bepple apresenta uma versão do stroopwafel, um biscoito típico holandês tipo waffle recheado com calda de caramelo e com cobertura de chocolate.
foto: Ateliê da Noticia
Não faltam os pratos típicos, como o Eisben (joelho de porco), que é servido desfiado junto com salsichões e escondidinho sob dois purês de batata e de queijos (Hollandse Verbogern), e o Prato do Opa (vovô em holandês), um filé mignon grelhado e servido com três purês típicos, molho de maçã verde e cebola échalote.
As crianças podem experimentar o Picolelé, que elas montam do jeito que preferirem. É uma novidade da sorveteria Vanilia Ice, que também criou para esta edição sorvetes de beterraba e de bacon.

Origem de Holambra

Terminada a 2ª Guerra Mundial, que devastou a Europa, levas de imigrantes de diversos países escolheram o Brasil em busca de novas oportunidades          para recomeçar a vida. Por meio da KNBTB (Katholieke Nederlandse Boer en Tuiemers Bond), que significa Organização dos Lavradores e Horticultores Católicos da Holanda, houve contatos com o governo brasileiro e ficou acertada a compra da Fazenda Ribeirão, em 1948, de propriedade do grupo norte-americano Amour. Os recursos foram concedidos pelos governos da Holanda, do Brasil e do Estado de São Paulo.

 Com o apoio, foi iniciado um projeto de colonização agrícola nas terras localizadas entre os municípios de Jaguariúna, Santo Antônio de Posse, Artur Nogueira e Cosmópolis, coordenado pela Cooperativa Agropecuária Holambra. Esta foi a base da futura comunidade que se emancipou oficialmente em 30 de dezembro de 1992, após um plebiscito realizado em ano antes.

fonte Ateliê da Noticia
Mas, o início não foi fácil para os imigrantes holandeses, que  tiveram que superar toda sorte de dificuldades como a clima, língua, costumes, religião e cultura no convívio com os brasileiros. Além disso, as primeiras tentativas de criar o gado holandês não tiveram êxito e a agricultura, que era a proposta original, também não deu certo pela falta de orientação e adaptação das culturas escolhidas, principalmente a batata. Muitas famílias desistiram e regressaram para a Holanda ou foram para o Sul do Brasil.

Para os que ficaram, tudo começou a melhorar com a implantação de uma fábrica de ração e do abatedouro de aves, a venda de ovos e a produção de frutas cítricas que possibilitaram bons rendimentos por algumas décadas. Mas, efetivamente, as coisas mudaram definitivamente a partir do momento em que a colônia decidiu pelo cultivo de flores, particularmente com a importação de tecnologia vinda da terra natal, a Holanda.

 Hoje, a ex-colônia holandesa é uma das cidades mais seguras e de melhor qualidade de vida no país. Apesar de ter uma população que não chega a 13 mil habitantes, ganhou projeção internacional com a Expoflora, a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina, e responde por 45% da  comercialização no Brasil.  E se transformou num destino turístico cada vez mais procurado nesta época do ano.   

 Serviço

A Expoflora ficará aberta até o dia 24 deste mês, no horário das 9 às 19 horas, Os ingressos (R$ 46,00) podem ser comprados na bilheteria do próprio Parque, nos dias do evento, no site www.ingressorapido,com.br  ou com os representantes informados no site www.expoflora.com.br

Mais informações com o Ateliê de Notícias – (19) 3252-9385 – expoflora@ateliedanoticia.com.br